quinta-feira, 28 de abril de 2016

Voltando ao 3 e 15!



Outro dia falei do e-book lançado pelo amigo Eduardo de Souza Caxa - 3 e 15. Volto ao tema para registrar minha percepção sobre a obra, que devorei de forma intensa, saboreando cada minúcia, digerindo cada idéia e cada percepção sobre a vida, ditada pelo amigo nesta magnífica obra. 

O que vou dizer do Eduardo e sua obra? Qualquer coisa que eu disser poderá ser vista como algo vindo de um grande amigo e portanto suspeito. Mas não! Apesar de ter o Eduardo no rol de meus amigos prediletos, no rol de meus "amores" mesmo, tenho que confessar minha mais absoluta admiração pela sua pessoa, pelo seu caráter, pela sua simpatia, pela sua inteligência, pelo seu elevado espírito crítico, pela sua sabedoria, pelo seu carinho para com as pessoas e, principalmente, pela sua habilidade ímpar em lidar com as letras, os pontos, as vírgulas, as sílabas, as palavras, as frases e os parágrafos.3 e 15 é uma obra que nos encanta. Uma forma de se auto biografar de forma não convencional e criativa. Retirando de detalhes do cotidiano [fatos e eventos percebidos, vistos, ouvidos, experienciados] e que, para a maioria dos mortais passam desapercebidos ou não são valorizados, para ele constituem a matéria prima para se desnudar frente àqueles que se aventuram em lê-lo. Textos recheados de criatividade, criticidade, bom humor, irreverência que nos levam ao seu mundo pessoal e nos conduz a uma percepção mais clara e objetiva de nosso próprio "eu". Super recomendado. Que este seja o primeiro de uma série de outros trabalhos deste notável escritor que se revela ao mundo que ainda não o conhecia como eu o conheço.
Obrigado Edu por fazer parte de maneira linda de minha vida como uma das pessoas que mais admiro. Obrigado Edu por presentear-nos com esta maravilha. Sucesso para você meu querido amigo. Parabéns. 

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

segunda-feira, 25 de abril de 2016

Ausência!



Por muito tempo achei que a ausência é falta.
E lastimava, ignorante, a falta.
Hoje não a lastimo.
Não há falta na ausência.
A ausência é um estar em mim.
E sinto-a, branca, tão pegada, aconchegada nos meus braços,
que rio e danço e invento exclamações alegres,
porque a ausência, essa ausência assimilada,
ninguém a rouba mais de mim.

Carlos Drummond de Andrade


ps: Hoje você estaria completando 91 anos. Parabéns Mamys!

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

quinta-feira, 21 de abril de 2016

Tchau, querida!




Hoje comemoramos a Inconfidência Mineira e, amanhã o descobrimento do Brasil, Nada mais oportuna que voltar ao tema da postagem anterior,  para homenagear nosso novo grito de Liberdade. Para tanto, escolhi este brilhante texto da amiga Ana Bailune, do Blog Liberdade de Expressão que, de forma magnífica e prosaica, analisa os últimos fatos que envolvem o mundo político brasileiro.

Mais uma vez, Ana Vagalume publicará um texto que deveria estar nas escrivaninhas do infer ... digo, dos Cavaleiros do Apocalipse, mas devido à crise, figurará nas dependências desta séria e compenetrada escrivaninha, em caráter provisório, até que mude. Ou não.



Ia Ana Vagalume a caminhar alegremente pelas ruas e praças movimentadíssimas de Fake City (era dia da votação pelo impeachment) quando, ao passar por um belo jardim cheio de moitas, num canto escondido entre bandeiras vermelhas e camisetas vermelhas, ela escutou um conhecido e familiar soluçar de tristeza e indignação. Ela logo exclamou:
-Minha amiga, a Presidenta (ou será ex-Presidenta?) Dilma Tá Russef!
-Olá, Vagalume. Veio aqui para pisar na minha cabeça também?
-Jamais, divina mestra! Vim tentar elevar o seu nível moral... e dizem que nada melhor do que exercícios físicos para conseguir este efeito anti-depressivo! Por que a senhora não vai dar umas pedaladas?


E a Presidenta começa a chhorar ainda mais alto, e Vagalume se desculpa:
-BUÁÁÁÁ!!!
-Oops.. fui mal.
Ao lado da Presidenta, que se encontrava ajoelhada numa poça de lama, causada pela mistura de suas muitas lágrimas à terra da Pátria Mãe Gentil que nunca enjeita, dormia uma cascavel muito parecida com alguém que Ana Vagalume conhecera, mas ela não conseguia lembrar-se quem seria.
Através de um autofalante, Dilma escutava a votação:



-Pela minha família, pelo meu cachorro, pela minha empregada Janete que é gostosa pacas, pela minha mulher que não se separa de mim, apesar da Janete, digo ao povo que voto SIIIMMMM!!!!!
-Pela moralização do país, pela Lava-jato que ainda não chegou até mim, pela minha querida Nação que tanto tem sofrido nas mãos deste governo corrupto (que se recusou a dividir as propinas comigo), eu voto SIIIMMMMM!



-Pelo país, pelo meu filho Joadir, pelo meu falecido pai, que a essa hora está revirando na tumba porque sabe que seu amado filho não tem nem ideia do que está falando, pelos pelos do meu gato, eu voto SIIIMMM!!!
-É com muito pesar que, amando e respeitando a nossa querida Presidenta da República, eu venho aqui para deixar registrado na história, o meu agradecimento ao PT e o meu voto contra o golpe; agradeço a nossa Presidenta e a Lula, que mudaram este país, mas infelizmente, meu partido me mandou votar com eles, ou eu seria mais uma entre os dez milhões de desempregados deste país; portanto, o meu voto é SIIIIIMMMM!!!!!


Dilma chorava copiosamente. Vagalume aproximou-se, tentando segurar-lhe a mão, mas de repente, a Jararaca deu um bote, impedindo-a, pensando que ela estivesse ali para fazer mal à sua querida. Ana Vagalume, recolhendo a mão mais que depressa a fim de salvar-se, ainda pode gritar:
-Calmaí! Eu sou amiga! A-mi-ga!
E a Jararaca, rosnando e espumando pela boca, recolheu-se. Ao ver Ana Vagalume, a Presidenta estendeu-lhe as mãos, e Vagalume, ajudando-a a sentar-se, perguntou:


-O que posso fazer pela senhora, amiga?
-Não desistirei nunca, Vagalume! Daqui eu não saio nem à pedradas! Não vai ter golpe, vai ter LUTA!
-Querida, se você não mudar esse discurso mofado, não vai conseguir se safar... e cuidado, pois o pior pode ainda estar por vir... já pensou na OAB? Seria um golpe ainda maior na sua cabeça. Acho melhor a senhora renunciar.
-Renunciar?! Está ficando maluca?
-É a única maneira de a senhora sair com um pouco de dignidade.
-Tarde demais!
-É, tem razão.
-E nem o Tiririca ficou do meu lado! Pode?!




As bandeiras vermelhas se agitavam com cada vez mais fúria, aos gritos de:
-Vai ter sangue derramado! E vai ser verde e amarelo! Os coxinhas vão ser devorados! País de traidores que não leem, não entendem de política, não conhecem a História!
Ana Vagalume pensou (mas não verbalizou): “Ora, e esse pessoal aí de vermelho conhece a História? Estudou? Vou perguntar a eles onde foi que o Lula se formou, em que faculdade.”


Enquanto isso, passavam bandejas com comida, envelopes contendo trinta e cinco reais e kits passeata, que continham uma camiseta vermelha, uma bandeira vermelha, um Manifesto Comunista e uma caderneta com frases de efeito para serem gritadas durante as manifestações. E Dilma:
-Tanto sacrifício para nada! (chuif)... passei horas cortando pão e colocando mortadela para que o povo não passasse fome, e mandei organizar um bufê de alto luxo para os deputados em Brasília, e mesmo assim, após comerem da minha comida, ainda votaram contra mim!



Ana Vagalume, olhando mais de perto, percebeu que as bandejas dos “trabalhadores” estavam cheias de caviar, lagostas, canapés caríssimos e outras iguarias de fino trato, e as bebidas, eram garrafas de Moet & Chandon, vinhos Chateauneuf du Pape e muito escocês legítimo. Com muito cuidado – pois não queria deprimir ainda mais a Presidenta, Vagalume chamou-lhe a atenção para aquele detalhe:
-Querida... lanchinho luxuoso esse, hein? O povo deve mesmo amar a senhora, e a senhora, o povo!
Ao ver tais iguarias sendo degustadas com as mãos pelo povaréu, Dilma, levando as mãos à cabeça, exclamou, desesperada:
-Ah, não! Mas que meeeerda! Eles trocaram as entregas! Trouxeram a comida que era para o coquetel dos deputados aqui, e levaram os sanduíches de mortadela e o ki-suco para lá!



Ana Vagalume observou:
-Não é à toa que a senhora está perdendo...
Naquele momento, a Jararaca, que estivera quieta durante a conversa, exclamou:
-Mas que droga, hein, querida! Num posso deixa você resolver nada sozinha, que dá merda! Santa incompetência!


Diante daquela bronca, nossa amiga (ex)Presidenta só pode chorar ainda mais copiosamente! E Ana Vagalume, que não desejava ser vista em más companhias, afastou-se dali usando seus óculos escuros estilo Chico Xavier, pensando:
-E agora, quem será o próximo?




Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...





segunda-feira, 18 de abril de 2016

Impeachment já!



Chora! Não vou ligar!
Apesar de vocês amanhã há de ser, Novo Dia!
Assim cantaram alguns poetas e, nunca foram tão atuais estas palavras.
O primeiro passo foi dado nesta longa jornada que fará este país renascer.
Não fugiremos à luta de resgatar esta terra.

#foraPT #foraDilma #foraLula #foraPimentel

Ao final deste processo ainda os veremos todos na cadeia, devidamente acompanhados de outros tantos canalhas. Mas, manter o foco nas prioridades se faz imperativo.




Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

quinta-feira, 14 de abril de 2016

O Meu Segredo!



Revelar meu segredo? Não, por certo;
Talvez quem sabe, um dia em breve.
Mas hoje não; tombou geada e neve.
Se a curiosidade te hei desperto
E sem pudor o queres ouvir, pois bem:
O segredo é meu, não conto a ninguém.

Talvez nem haja nada que contar:
Imagina afinal que não há segredo,
Era só a brincar.
Hoje está frio, é um dia azedo
Em que faz falta uma roupa abafada,
Um xale e mantas que nos aqueçam;
Não posso abrir a todos quantos peçam,
Deixar o vento entrar-me de rajada,
Rodear-me, cercar-me,
Aturdir-me, assustar-me,
Enregelar-me sob este disfarce
Que me aconchega;
Pois quem quer desnudar-se
Ao vento frio que o há-de fustigar?
Não me fustigarias? Obrigado.
Mas deixa essa verdade ainda velada.

É bela a Primavera; todavia
Não confio em Março com seus tremores,
Nem em Abril co’a breve chuva fria,
Muito menos em Maio cujas flores
Murcham co’a geada da noite sombria.

Talvez num dia lânguido de estio,
Quando o sol faz as árvores dormitar
E se cobre de ouro a loura espiga,
Com fresca brisa mas sem nenhum frio
E o vento muito manso a soprar;
Talvez o meu segredo eu te diga,
Ou tu possas adivinhar.

Christina Georgina Rossetti,
tradução de Margarida Vale de Gato


ps: De segredo em segredo revelado vou desnudando-me frente à vida. Isto para mim é imperioso.

Bratz Elian

enfim! é o que tem pra hoje


segunda-feira, 11 de abril de 2016

Diversificando as Habilidades!



Há pouco mais de três anos dei asas às minhas habilidades de tricoteiro.
Em princípio, só peças para adultos.
Resolvi, então,  tentar algo diferente e enveredei pelos caminhos do enxoval de bebê.
Gostei tanto do resultado que darei sequência, tentando agora confeccionar casaquinhos e toucas para recém nascidos.
Para os apressadinhos, que adoram tirar conclusões precipitadas, já deixo claro:
- "NananinaNão"!
Não tem nenhum herdeiro na forma. Primeiro porque Elianzinho já está em estado avançado de menopausa e também porque ele ligou as trompas faz tempo.
Todos estes mimos serão doados a uma creche de crianças carentes, isto, se o inverno der o ar de sua graça este ano, nestas terras tupiniquins.

Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

quinta-feira, 7 de abril de 2016

3 e 15!




Eduardo de Souza Caxa, um amigo de longa data em Blogsville, acaba de publicar seu primeiro livro. Ansioso por começar a ler pois, sei bem da capacidade que o amigo tem de lidar com as letras, os pontos, as vírgulas, os parágrafos, para decodificar suas emoções e suas ideias.
Eduardo assim se define: "Nasci na madrugada de uma Quarta-Feira de Cinzas e por isso acredita ter um pé no profano, outro no sagrado. Nem lá nem cá, nem direita nem esquerda (mentira! esquerda...), nem convicto nem confuso, do século passado mas com olhos no futuro. Sua única certeza é a de gostar muito de escrever (porque da morte tem suas dúvidas também)."
A Obra:
3 e 15
Da tarde ou madrugada?
A hora favorita pra escrever?
O tempo que levou pra montar o livro?
Os 3 menos 15 anos na estrada de onde surgiram estes textos?
Os ponteiros do relógio apontando juntos, braço estendido à frente: adiante?
Eduardo de Souza Caxa diverte-nos, emociona-nos, obriga-nos a pensar, com este seu primeiro livro, 3 e 15, uma coletânea de crónicas, pequenos contos, reflexões e poesia.
Fica a dica pessoal. Maiores informações e compra cliquem aqui.
Quem não conhece o gatão aqui está ele. Cliquem aqui e saibam mais do gajo:


Bratz Elian
enfim! é o que tem pra hoje ...

segunda-feira, 4 de abril de 2016

O cheiro de nós!






Lá fora o típico cheiro de chuva, não aquele ideal da chuva molhando a terra e sim o asfalto quente castigado pelos pingos finos (prova de que até mesmo o que não é romântico pode ser doce). Ao lado um maço entreaberto de cigarro fabricado na Indonésia exala um cheiro de especiarias e noites sujas, e mesmo nesta delirante mistura olfativa as minhas narinas buscam seu cheiro, ainda.
O cheiro da tua nuca, virilhas, axilas e do seu hálito; saudades de te abraçar e pedir baixinho para que a vida se encerre ali naquele instante. 
Nada existiu ou existirá além do abraço e seu cheio em mim, em nós.
No player uma música qualquer que fala de amor, o amor pode ser tão ordinário, e eu sinto o ar ficar rarefeito – suspiro à procura do seu cheiro ou quem sabe que você de alguma forma escute o som que sua falta me faz. 
Pouco mais de uma dezena de dias para o término de mais um (mesmo) ano, 2013 se vai e sua ausência sei que fica; antes a profecia fosse a vera e “de dois mil não passarás...” assim eu não teria te conhecido e o paraíso seria mais uma história mal escrita no livro de salvação de muitos, inclusive a sua. 
A vida continua pesada sem você, a cada novo dia é como ir à forca e o carrasco faltar. Agonia, desesperança e o fim tal qual o horizonte no mar negro sem luar; a maresia se mistura à dor e nada de sentir o cheiro doce da morte, da morte de “nós” que mesmo em farrapos e putrefato teima em não descansar no túmulo da minha vida. 

Giuliano Nascimento

Bratz Elian

enfim! é o que tem pra hoje ...

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