quinta-feira, 30 de abril de 2009

Filosofando . O Ser e o Nada . Sartre


*Série . Filosofia*
O Ser e o Nada . Ensaio de Ontologia Fenomenológica

O Passado
"Toda teoria sobre a memória encerra uma pressuposição sobre o ser do passado. Tais pressuposições, nunca elucidadas, obscureceram o problema da memória e da temporalidade em geral. É preciso, então, de uma vez por todas, colocar a pergunta: qual é o ser de um ser passado? O senso comum oscila entre duas concepções igualmente vagas: o passado, diz-se, não é mais. Desse ponto de vista, parece que se quer atribuir o ser somente ao presente. Esta pressuposição ontológica engendrou a famosa teoria das impressões cerebrais: já que o passado não é mais, pois desvaneceu-se no nada, se a recordação contínua existindo, é preciso que seja a título de modificação presente de nosso ser; por exemplo, uma impressão marcada agora em grupo de células cerebrais. Assim, tudo é presente: o corpo, a percepção presente e o passado como impressão presente no corpo; tudo está em ato porque a impressão não tem existência virtual enquanto recordação; é integralmente impressão atual. Se a recordação ressurge, é no presente, em conseqüência de um processo presente, ou seja, como ruptura de um equilíbrio protoplasmático no grupo celular considerado. Eis o paralelo psicofisiológico, que é instantâneo e extratemporal, para explicar como esse processo fisiológico é correlato a um fenômeno estritamente físico mas igualmente presente: a aparição da imagem-recordação na consciência. A noção mais recente de engrama não faz mais que adornar esta teoria com uma terminologia pseudocientífico. Mas, se tudo é presente, como explicar a passividade da recordação, ou seja, o fato de que sua intenção, uma consciência que se rememora transcende o presente para visar um acontecimento lá onde ele foi? Assinalamos em outra obra que não há meio algum de distinguir a imagem da percepção se começamos fazendo da imagem uma percepção renascente. Encontramos aqui as mesmas impossibilidades. Mas, além disso, nos privamos do meio de distinguir imagem e recordação: nem a ?fragilidade? da recordação, nem sua palidez, nem seu caráter incompleto nem as contradições que ostenta frente aos dados da percepção podem distingui-la da imagem-ficção, pois esta apresenta os mesmos caracteres; e, por outro lado, esses caracteres, sendo qualidades presentes da recordação, não poderiam fazer-nos sair do presente para ir ao passado. Em vão se invocará a qualidade de pertencer-a-mim da recordação. A consciência popular, por outro lado, tem tal dificuldade de negar existência real ao passado que admite, juntamente com esta primeira tese, outra concepção, também imprecisa, segundo a qual o passado teria uma espécie de existência honorária. Ser passado, para um acontecimento, seria simplesmente estar recolhido, perder a eficiência ser perder o ser. A filosofia bergsoniana retomou tal idéia: entrando no passado, um acontecimento não deixa de ser, apenas deixa de agir, permanece ?em seu lugar?, em sua data, para toda a eternidade. Assim, restituímos o ser ao passado, e está certo; até afirmamos que a duração é multiplicidade de interpenetração e que o passado se organiza continuamente com o presente. Mas com isso não encontramos qualquer razão para esta organização ou esta interpenetração; não explicamos como o passado pode ?renascer? e infestar-nos, em suma, como podemos existir para nós".

JEAN-PAUL SARTRE, (1905 - 1980), filósofo francês, escritor e crítico, conhecido representante do existencialismo. Era um artista militante, e apoiou causas políticas de esquerda com a sua vida e a sua obra.

Paulo Sérgio Rodrigues da Silva

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Pensamento


Pensamento vem de fora e pensa que vem de dentro,
pensamento que expectora e que no meu peito penso.
Pensamento a mil por hora tormento a todo momento.
Por que é que eu penso agora sem o meu consentimento?
Se tudo que comemora tem o seu impedimento,
se tudo aquilo que chora cresce com o seu fermento;
pensamento, dê o fora, saia do meu pensamento.
Pensamento, vá embora, desapareça no vento.
E não jogarei sementes em cima do seu cimento.

Arnaldo Antunes

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 29 de abril de 2009

Koop . Island blues


Sem palavras para descrever toda a beleza plástica deste clip 
e a sensibilidade da melodia . 
Fodástico mesmo.





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Gay Cult

interesthing!!!





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Humor


Orgasmos

Do conservador
Assim, assim, assim, mantém! Mantém... Fica só assim, assim não! Assim, não feche o manual, isso, assim! assssiiiiimm! Assssiiiimmmm!

Do neopentecostal
Ai...Vou tomar posse, vou tomar posse...Toma... Tomaaaa... – Então desamarra! Desamarraaaa! Repreendemos agora toda manifestação precoce! Eu declaro, esse gozo é meeeeu! Oh Vitóóóriaaaa!

Do carismático
Oh amor... Receba o dom... Levante suas mãos... Levante seus pés... Repita comigo: Eu tenho poder! Eu tenho poder... Clame! Clame! Liberte sua língua... O dom está vindo... Está vindoooo... Diga ao parceiro ao lado: eu te abençou-ooooo!

Do pentecostal histórico
Oh... Alê...Alê... Meu amor, Alê, alabachúrias, ondebachúrias, aquibachúrias, quantabachúrias, oh língua... Manifesta-se como prova do meu amor... Oh lábios... Ohhh, Alê... Aleluiaaaaaa...

Do adventista
Vem... Vem... Vem... VEM... VEEM ... VEEEEMM!

Do metodista
Aiiiii... Ééééhhhh... Iiiiihhhh! Ohhhhh... UUUiiiii.... Ahhhmém!

Do presbiteriano
Oh...intróito... Oh santo goooozo eu te invoco! Vamos gemer alternadamente amor! Oh, podemos nos assentar... (silencio) ... Fala, não pare, fala alguma coisa... Fala alguma coisa... Agora! Vou impetrar a benção, eu vou, eu vou, amémmm! Amémmm! Amémmm.(- Boa noite irmã... Foi uma benção pra você? - Foi sim... e pro irmão?)

Do presbiteriano independente
Oh...intróito...oh santo goooozo eu te invoco! Vamos gemer alternadamente amor! Oh, podemos nos assentar... (silencio)... Fala não pare, fala alguma coisa... Fala alguma coisa... Agora! Oh amor, levemos esse gozo também aos pobreeeees...Vou impetrar a benção, eu vou, eu vooou, amémmm! Amémmm! Amééémmm.(- Boa noite irmã... Foi uma benção pra você? - Foi sim irmão... Quer um cigarro?)

Do universal do reino
Deposita... Depositaaa! Vai depositaaaa! Unzinho só, depositaaaaa, agora, vai, vai amor, prova tua fééé, isso, deposita... Oh gozo-filácio... DEpositaaaaa....

Do renascer
Oh... Me ame, me ame... Estou quase em Miame... Invista em mim, que eu invisto em você... Me ame meu amor, Miami... Eu também vou chegar, eu vou... Me ame! Estou quase em Miameeeeeee...

Do batista
Oh... Sou feliz! - Sou feliz! - Ah amor, se paz da mais doce me deres gozaaar... – Oh amor, vou mergulhar de cabeçaaaaa... – Oh, já ouço o coral... Vamos em uníssono ser feliiiiiizzzzzzz!

Do gospel
Oh... Me dá um lá maior... Isso... Fica aí, lá... Lá... Láááá... Isso... Oh amor... Libere as vocalizações... Tenha liberdade de posições... Oh lá maior... Lá, lá, lááááá...

Do bíblico
Oh meu amor... Do grego, “eros”! Oh introdução, conteúdo e conclusão! Oh exegese impossível do termo “orgasmo”, do grego antigo “orgasmós”... Derivado de “orgaw”, “órgão”... Oh Órgão! O que é o estudo histórico-gramatical diante de ti?! Oh tradição oral... Ai amor... Oh gaudiis exultare! Oh líquido seminal, não de “seminário”, mas dos testículos dessa perícope! Oh não para... Não para... Não parábolaaaaaa....

Do fundamentalista
Isto sim é um orgasmo! Isto que é um orgaaasmo absolutooo, não outra coisaaaa! É isto! Só istooo! oh MEEEU Deus!(interrompeu por estar perdendo o controle)

http://pavablog.blogspot.com/

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Humor

A infância de Jesus




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Das Utopias


Se as coisas são inatingíveis... ora! Não é motivo para não querê-las... Que tristes os caminhos, se não fora a presença distante das estrelas!


Mário Quintana - http://brazjr.blogspot.com/
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 28 de abril de 2009

Nunca te Vi, Sempre te Amei . o filme


* Série . Cinema *
como o amor pode surgir e ser alimentado mesmo à distância
Nunca te Vi, Sempre te Amei
Direção: David Hugh Jones
Ano: 1983
País: Inglaterra, Estados Unidos
Gênero: Drama, Romance
Título Original: 84 Charing Cross Road
Elenco: Anne Bancroft, Anthony Hopkins, Judi Dench, Jean De Baer, Maurice Denham, Eleanor David, Mercedes Ruehl, Daniel Gerroll, Wendy Morgan, Ian McNeice
Sinopse: Procurando livros difíceis de encontrar nos EUA, uma escritora escreve para uma livraria inglesa. Com o passar do tempo, ela desenvolve uma relação afetuosa com o vendedor do estabelecimento
.





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Tudo Passa


Os gemidos da mão estremecida
Os brinquedos do tempo de criança
O sorriso fugaz de uma esperança
E a primeira paixão da nossa vida.
O adeus que se da por despedida
E o desprezo que a gente não merece
O delírio da lagrima que desce
Um momento de angústia e de desgraça
Tudo passa, na vida tudo passa
Mas nem tudo que passa a gente esquece.

Menestrel Chico Pedrosa


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

segunda-feira, 27 de abril de 2009

Leonard Cohen


Leonard Cohen passou a se dedicar à música apenas depois dos 30 anos,
já consagrado como autor de romances e livros de poesia.
Canadense de Quebec é o grande inspirador dos maiores intérpretes
do folk e do indie rock.
Aqui um dos momentos geniais de Cohen .






Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Humor


Pobres e Ricos . sátira do genial Ari Toledo





Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Da Fuga


Perdi-me muitas vezes pelo mar, o ouvido cheio de flores recém cortadas, a língua cheia de amor e de agonia. Muitas vezes perdi-me pelo mar, como me perco no coração de alguns meninos. Não há noite em que, ao dar um beijo, não sinta o sorriso das pessoas sem rosto, nem há ninguém que, ao tocar um recém-nascido, se esqueça das imóveis caveiras de cavalo. Porque as rosas buscam na frente uma dura paisagem de osso e as mãos do homem não têm mais sentido senão imitar as raízes sob a terra. Como me perco no coração de alguns meninos, perdi-me muitas vezes pelo mar. Ignorante da água vou buscando uma morte de luz  que me consuma.

Frederico Garcia Lorca - http://brazjr.blogspot.com/
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

domingo, 26 de abril de 2009

For Every Moutain


Esta canção é Gospell e tem uma magia própria em sua melodia e em sua letra . Vale a pena conferir independente de “churumelas” religiosas.

"nas minhas lutas

se os pés vacilam

sou dependente do teu amor

por tantas bênçãos

aleluia

a ti darei louvor"

FOR EVERY MOUNTAIN ( BROOKLYN TABERNACLE CHOIR)



Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

Poeta



Já te despedes de mim, Hora. Teu golpe de asa é o meu açoite. Só: da boca o que faço agora? Que faço do dia, da noite? Sem paz, sem amor, sem teto, caminho pela vida afora. Tudo aquilo em que ponho afeto fica mais rico e me devora.


Rainer Maria Rilke

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sábado, 25 de abril de 2009

Jesus Alegria dos Homens

Baden Powell.
Neste vídeo, ele interpreta Jesus, Alegria dos Homens
(Toccata 141) de
Johann Sebastian Bach .
Magia Pura.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Para Viver um Grande Amor

É preciso abrir todas as portas que fecham o coração.Quebrar barreiras construídas ao longo do tempo, por amores do passado que foram em vão.
É preciso muita renúncia em ser e mudança no pensar.É preciso não esquecer que ninguém vem perfeito para nós!
É preciso ver o outro com os olhos da alma e se deixar cativar!É preciso renunciar ao que não agrada ao seu amorPara que se moldem um ao outro como se molda uma escultura,Aparando as arestas que podem machucar.
É como lapidar um diamante bruto...para fazê-lo brilhar!E quando decidir que chegou a sua hora de amar,Lembre-se que é preciso haver identificação de almas!De gostos, de gestos, de pele...No modo de sentir e de pensar!
É preciso ver a luz iluminar a aura,Dando uma chance para que o amor te encontreNa suavidade morna de uma noite calma...É preciso se entregar de corpo e alma!
É preciso ter dentro do coração um sonhoQue se acalenta no desejo de: amar e ser amado!
É preciso conhecer no outro o ser tão procurado!
É preciso conquistar e se deixar seduzir...Entrar no jogo da sedução e deixar fluir!Amar com emoção para se saber sentirA sensação do momento em que o amor te devora!E quando você estiver vivendo no clímax dessa paixão,Que sinta que essa foi a melhor de suas escolhas!Que foi seu grande desafio... e o passo mais acertadoDe todos os caminhos de sua vida trilhados!Mas se assim não for...Que nunca te arrependas pelo amor dado!Faz parte da vida arriscar-se por um sonho...Porque se não fosse assim, nunca teríamos sonhado!Mas, antes de tudo, que você saiba que tem aliado.Ele se chama tempo... seu melhor amigo.Só ele pode dar todas as certezas do amanhã...A certeza que... realmente você amou.A certeza que... realmente você foi amado.

Carlos Drummond de Andrade - http://brazjr.blogspot.com/
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

Rotulado



Alguém ainda aqui?
Bebendo besteiras? Batendo boca? Brigando bravo...
Caçando coisas, catando cacos... cantando canções, comendo cravos...
Dando disciplinas, degustando doces, demonstrando dotes, disputando damas, demarcando datas?
Enumerando exigências, enganando eu, experimentando energético, empunhando espada...
Fazendo força? Fazendo farra... famigerado, fabuloso, fazendo falta...
Ganhando guerras, ganhando garotas ou garotos, ganhando gastos, gerando grosserias, grafando guardanapos, gritando gostoso (bem alto)
Homens, heróis, heroínas,héteros, homos, histéricos, hipócritas? Há história? haverá harmonia? Haveria honra? (vitória)
Ignorandoo inevitável, ileso, iluminado, imprescindível, impressionado, impotente, impactado... há?
Julgando, julgado, juizado, jesuíta, justo, justificado? Há?
Lamentando, lamentado, lambuzado, lógico, literário, liberal, líder, lixo, luxo, haverá?
Mediando mesas, mudando móveis, mamando, mamado...
Maquiavel, malandro, maléfico, malfeitor, malicioso, malvisto, magoado, medroso, Mercenário, mentiroso, missionário, misericordioso, moderno-moço, modesto, morto... haverá?
Naufrago, nu, ninguém, nazista, negligente, normal, noviço, necessário, neutro, nítido, notório, nebuloso, natural, numeroso... negando nada, haverá?
Objetivo ou oratório, obsoleto ou original, observador ou óbvio, ordenado ou obrigatório, oposto ou ovacionado, ostensivo ou ocioso...
Passando por problemas? Pagando por pecados? Pagando promessas? Poetas? Prisioneiros, príncipes, porquês, perguntas, presidentes? Piadas...
Querendo, queixando-se, questionando-se, queixudo, quadrúpede, quadrilátero, qualquer...
Razoável, receptivo, reencarnado, racista, ranzinza, recomendado, remunerado, refugiado, regenerado, reduzido, reedificado, resistente, recusado-ressuscitado, redutível, retrógrado, reumático, rico, risonho, rouco, roxo, rosa-rosado, revolucionário, ricaço, riquino, rico, ridículo, Rebelde, romântico, rasgado, rangido, reciclado, reticência
Super-herói? Sumo sacerdote? Sentimental, semi-analfabeto, semi-deus, saudável, sóbrio, seco, silencioso, seguro, sensível, sátiro, submisso, social, sossegado, sozinho, suspeito, sutil, haverá?Temido, tatuado, trapaceiro, temporário, terceirizado, tímido, transgressivo, tuberculoso, trêmulo, traumático, trapezista, haverá?
Universitário, ultrapassado, ulceroso, usuário, urologista, ultra-sensível, unilateral, uniformizado
Veloz, vadio, valorizado, velado, versátil, vulnerável, vigia, vigiado, vítima, viciado, vinculado, vulgar, visível, vitalizado...
Xoxo, xerife, xarope, xereta (chato)
Zeloso, zangado, zanzando, ziguizaguiando, zodíaco, zoiudo, zoiado, zoando, haverá?
Alguém aqui comigo dentre todo o alfabeto que foi ou não citado simples ou discreto, ou em qualquer estereótipo que lhe couber, que alguém te puser, quem saberá... haverá?
(Na busca por velhos conceitos)
Messias Vilela . (ligeiramente adaptado) . http://aoremetente.blogspot.com/
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

O Tédio



Tão dado como sou ao tédio, é curioso’ que nunca, até hoje, me lembrou de meditar em que consiste. Estou hoje, deveras, nesse estado intermédio da alma em que nem apetece a vida nem outra coisa. E emprego a súbita lembrança de que nunca pensei em o que fosse, em sonhar, ao longo de pensamentos meio impressões, a análise, sempre um pouco factícia, do que ele seja. Não o sei, realmente, se o tédio é somente a correspondência desperta da sonolência do vadio, se é coisa, na verdade, mais nobre que esse entorpecimento. Em mim, o tédio é frequente, mas, que eu saiba, porque reparasse, não obedece a regras de aparecimento. Posso passar sem tédio um domingo inerte; posso sofrê-lo, repentinamente, como uma nuvem externa, em pleno trabalho atento. Não consigo relacioná-lo com um estado da saúde ou da falta dela; não alcanço conhecê-lo como produto de causas que estejam na parte evidente de mim. Dizer que é uma angústia metafísica disfarçada, que é uma grande desilusão incógnita, que é uma poesia surda da alma aflorando aborrecida à janela que dá para a vida - dizer isto, ou o que seja irmão disto, pode colorir o tédio, como uma criança ao desenho cujos contornos transborde e apague, mas não me traz mais que um som de palavras a fazer eco nas caves do pensamento. O tédio… Pensar sem que se pense, com o cansaço de pensar; sentir sem que se sinta, com a angústia de sentir; não querer sem que se não queira, com a náusea de não querer - tudo isto está no tédio sem ser o tédio, nem é dele mais que uma paráfrase ou uma translação. E, na sensação direta, como se de sobre o fosso do castelo da alma se erguesse a ponte levadiça, nem restasse, entre o castelo e as terras, mais que o poder olhá-las sem as poder percorrer. Há um isolamento de nós em nós mesmos, mas um isolamento onde o que separa está estagnado como nós, água suja cercando o nosso desentendimento.
O tédio… Sofrer sem sofrimento, querer sem vontade, pensar sem raciocínio… É como a possessão por um demônio negativo, um embruxamento por coisa nenhuma. Dizem que os bruxos, ou os pequenos magos, conseguem, fazendo de nós imagens, e a elas infligindo maus tratos, que esses maus tratos, por uma transferência astral, se reflitam em nós. O tédio surge-me, na sensação transposta desta imagem, como o reflexo maligno de bruxedos de um demônio das fadas, exercidas, não sobre uma imagem minha, senão sobre a sua sombra. E na sombra íntima de mim, no exterior do interior da minha alma, que se colam papéis ou se espetam alfinetes. Sou como o homem que vendeu a sombra, ou, antes, como a sombra do homem que a vendeu.O tédio… Trabalho bastante. Cumpro o que os moralistas da ação chamariam o meu dever social. Cumpro esse dever, ou essa sorte, sem grande esforço nem notável desinteligência. Mas, umas vezes em pleno trabalho, outras vezes no pleno descanso que, segundo os mesmos moralistas, mereço e me deve ser grato, transborda-se-me a alma de um fel de inércia, e estou cansado, não da obra ou do repouso, mas de mim.De mim porquê, se não pensava em mim? De que outra coisa, se não pensava nela?
O mistério do universo, que baixa às minhas contas ou ao meu reclínio? A dor universal de viver que se particulariza subitamente na minha alma mediúnica? Para quê enobrecer tanto quem não se sabe quem é? É uma sensação de vácuo, uma fome sem vontade de comer, tão nobre como estas sensações do simples cérebro, do simples estômago, vindas de fumar de mais ou de não digerir bem.O tédio… E talvez, no fundo, a insatisfação da alma íntima por não lhe termos dado uma crença, a desolação da criança triste que intimamente somos, por não lhe termos comprado o brinquedo divino. É talvez a insegurança de quem precisa mão que o guie, e não sente, no caminho negro da sensação profunda, mais que a noite sem ruído de não poder pensar, a estrada sem nada de não saber sentir…O tédio… Quem tem Deuses nunca tem tédio. O tédio é a falta de uma mitologia. A quem não tem crenças, até a dúvida é impossível, até o cepticismo não tem força para desconfiar. Sim, o tédio é isso: a perda, pela alma, da sua capacidade de se iludir, a falta, no pensamento, da escada inexistente por onde ele sobe sólido à verdade.


Bernardo Soares - Livro do Desassossego






Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quinta-feira, 23 de abril de 2009

Coca Cola

Vídeo comercial de rara beleza plástica e grande criatividade



Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Filosofando . Platão


*Série . Filosofia
Platão . 430 - 347
Platão em sua filosofia determinou algumas das idéias centrais do pensamento ocidental como as idéias políticas que aparecem nos escritos Diálogos e na República, nas teorias psicológicas que expõe em Fedro, na cosmologia de Timeu e na filosofia das ciências abordas na obra Teeteto.
Platão fundou a Academia de Atenas, escola onde estudou Aristóteles. Escreveu sobre diversos temas como epistemologia, metafísica, ética e política. Em seus diálogos um dos personagens freqüente é Sócrates de quem Platão foi discípulo. Em muitos momentos é difícil dividir o pensamento dos dois filósofos.
Em seus diálogos Platão utiliza diversos personagens históricos como Górgias, Parmênides e Sócrates para através de suas falas expor suas teorias filosóficas. Uma de suas teorias mais conhecidas é a das Idéias em que afirma que o mundo que conhecemos através dos cinco sentidos, o mundo sensível, é um mundo imperfeito e falho, mera sombra do real mundo das idéias. O Mundo das Idéias é muito superior ao mundo sensível. O mundo que sentimos é somente uma cópia apagada do mundo das idéias pois as idéias são únicas e imutáveis e as coisas do mundo sensível estão constantemente mudando. Esse pensamento aparece no livro República e é conhecida como Mito da Caverna. Para Platão a única forma para conhecermos a realidade inteligível é através da razão pois os nosso sentidos podem nos enganar.
Ele divide o mundo em três partes, na primeira estão os objetos perceptíveis pelos sentidos. Na segunda estão as coisas que não podem ser percebidas pelos sentidos mas podem ser entendidos pelo espírito humano como a matemática e a geometria. Na terceira parte de sua divisão Platão coloca as idéias superiores como a virtude e a justiça que somente podem ser conhecidas pela inteligência através da utilização de outras idéias.
Platão escreveu ainda sobre diversos assuntos como a melhor forma de governo e sobre o Estado, para ele a sociedade deveria ser dividida em três partes que correspondem e se relacionam com a alma dos indivíduos. A primeira parte é a vontade ou o apetite e corresponde aos trabalhadores braçais. A segunda parte é a do espírito e é relacionada aos guerreiros e aventureiros que tem que ser destemidos, fortes e espirituosos. A terceira parte é reservada aos filósofos e aos governantes, é a parte da razão e é reservada aos inteligentes e racionais, qualidades essas mais apropriadas para indivíduos que vão tomar decisões representando toda sociedade. É portanto a razão e a sabedoria que devem governar, os filósofos devem governar como reis ou os reis devem ser filósofos para governar com racionalidade.
Em seu escrito A República Platão descreve a maneira que se pode passar de um regime político a outro e classifica os regimes de governo em cinco formas: 1- O governo dos filósofos ou aristocracia que ele define como o governo dos mais capazes. Esse é para ele o regime perfeito pois corresponde ao ideal do filósofo-rei que reúne poder e sabedoria em uma só pessoa. Esse regime é seguido por quatro regimes imperfeitos: 2- A timocracia, regime fundamentado sobre a honra; 3- Oligarquia, fundamentado sobre a riqueza; 4- Democracia que se fundamenta sobre a idéia de igualdade e 5- Tirania que se funda no desejo do tirano e representa o fim da política porque nele são abolidas as leis.
Sobre Epistemologia Platão elabora a teoria da reminiscência segundo a qual aprender é recordar-se. Para ele as idéias são imutáveis, eternas, incorruptíveis e não criadas, estas idéias estão hospedadas no hiperurânio que está localizado num mundo supra-sensível. Esse mundo é parcialmente visível para as almas que estão desligadas do próprio corpo. Quando nossa alma estava desligada do nosso corpo ela viu e conheceu as idéias do hiperurânio e quando entraram novamente em um corpo, reencarnando-se, nossa alma esqueceu a visão que teve das idéias. O trabalho do filósofo é fazer com que as pessoas recordem dessas idéias através do diálogo. Mas é impossível aos seres humanos conhecer completamente o mundo das idéias que é acessível somente aos desuses, o melhor conhecimento a que os humanos conseguem atingir é o conhecimento filosófico, o amor pelo saber e a incansável busca da verdade. Para Platão o homem tem necessidade de conhecimento e ele não teria necessidade de conhecimento se não tivesse visto nunca esse conhecimento. O homem busca o conhecimento porque ele não o tem mais, porque ele o perdeu.
O mito é uma forma de conhecimento inferior à filosofia porque é baseado sobre a intuição que não tem como ser demonstrada. E a ciência é um saber inferior porque necessita ser demonstrada e porque é baseada sobre hipóteses, mas na falta de conhecimentos melhores mesmo o mito e a ciência são conhecimentos que podem ser utilizados pelos filósofos para alcançar as idéias. O único conhecimento que o filósofo não pode aceitar é a opinião.
Na questão ética Platão liga beleza e bondade, tudo aquilo que é belo é também verdadeiro e bom e vice-versa. É a beleza das idéias que atraem a inteligência do filósofo e o bem, também por ser belo, atrai a sabedoria.
O amor para Platão é uma forma de delírio divino que se manifesta no afeto à uma pessoa a um objeto ou até mesmo à uma idéia. Esse afeto é acompanhado da idéia de que a satisfação desse desejo pode ser uma forma de elevar a existência. Ele distingue o amor através das suas diferentes finalidades condenando o amor carnal e exaltando o amor pela sabedoria que é expresso pela filosofia que contempla o verdadeiro belo. O amor é o desejo de beleza e ela é desejada porque ela é o bem que torna as pessoas felizes. A primeira beleza que aparece é a beleza do corpo, em seguida vem a beleza de todos os corpos, acima dela está a beleza da alma que é inferior à beleza das leis e das organizações humanas, acima dela está a beleza das ciências e acima de tudo está a idéia de beleza, é a beleza em si que é eterna e fundamenta todas as outras belezas. O amor é ainda insuficiência pois ele deseja qualquer coisa que não tem e ele deseja essa coisa porque ele precisa dessa coisa e se ele precisa de algo é porque ele é imperfeito.
Outro ponto importante da filosofia de Platão é a questão da justiça pois para ele nenhuma sociedade pode manter-se sem justiça. A justiça é o que fundamenta o estado e ela acontece quando os cidadãos pertencentes a um estado cumprem a tarefa que pertence a cada um deles. A justiça é o que une o estado, ela é a união do indivíduo com o estado. Para que o estado seja justo devem ser cumpridas duas condições, a primeira é a eliminação da riqueza e da pobreza e a segunda é o fim da vida familiar dando às mulheres igualdade de participação no estado. Os filhos seriam criados pelo estado que assim seria uma única e grande família.
Platão acreditava que o papel do filósofo é amar conhecer todas as coisas e não somente algumas coisas e somente é possível conhecer as coisas que são pois o que não é, não é também cognoscivel. O ser é a ciência que é o verdadeiro conhecimento e o não ser é a ignorância. A opinião é o meio termo entre o conhecimento e a ignorância. A arte imitativa, como a pintura e a poesia, são condenáveis por serem somente ilusões. A pintura representa uma imitação de uma pequena parte da aparência dos objetos e a poesia vai representar somente uma parte da alma que são as emoções. Ambas são imitações incompletas e de pouco valor.

Sentenças :
- Buscando o bem de nossos semelhantes encontramos o nosso.
- Cada lágrima nos ensina uma verdade.
- Quando a multidão exerce a autoridade, ela é mais cruel do que os tiranos.
- Existe somente um tipo de virtude, de maldades existem muitos tipos.
- Onde reina o amor, sobram as leis.
- O corpo é a prisão da alma.
- O homem sábio vai querer estar sempre com quem seja melhor que ele.
- Aquele que aprende e não pratica o que sabe é como o que ara e não semeia.
- Frio e enfadonho é o consolo que não vem acompanhado de algum remédio.
- A conquista própria é a maior das vitórias.
- Filosofia é a ciência dos homens livres.
- Liberdade é ser dono da própria vida.
- A música é para a alma o que a ginástica é para o corpo.
- A pobreza não vem da diminuição das riquezas, mas da multiplicação dos desejos.
- Os amigos se convertem com freqüência em ladrões do nosso tempo.
- Um dos castigos por recusarmos a participar da política é que seremos governados por homens inferiores a nós.
- Não conheço um caminho infalível para chegar ao sucesso, mas existe um caminho seguro para o fracasso: querer contentar a todos.
- Somente os mortos viram o fim da guerra.
- Uma vida sem pesquisa não é digna de ser vivida pelo homem.


Arildo Luiz Marconatto

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Ser Ator


Em mim todas as afeições se passam à superfície, mas sinceramente.
Tenho sido actor sempre, e a valer.
Sempre que amei, fingi que amei, e para mim mesmo o finjo.

Bernardo Soares - Livro do Desassossego
Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

quarta-feira, 22 de abril de 2009

Humor

E Jesus disse: Use Camisinha

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Gay Cult

that's coll and funny ... ahahah ...

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Antes que Feliz



Quem te disse que desejo ser feliz? Este é o último adjetivo que empregaria para definir o futuro que aspiro. Quero uma vida interessante, aventureira, diferente, apaixonada, enfim, qualquer coisa antes de ser feliz.

Isabel Allende

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

terça-feira, 21 de abril de 2009

Oi Va Voi


Oi Va Voi – Everytime
Clip musical em animação fodástica



Oi Va Voi "Everytime" from Katarzyna Kijek on Vimeo.

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Um lugar chamado Notting Hill . o filme


* Série . Cinema *
leve, envolvente, trilha sonora perfeita
Um lugar chamado Notting Hill
Direção: Roger Michell
Ano: 1999
País: Inglaterra, Estados Unidos
Gênero: Comédia, Drama, Romance
Título Original: Notting Hill
Elenco: Hugh Grant, Julia Roberts, Richard McCabe, Rhys Ifans, James Dreyfus, Dylan Moran, Roger Frost, Henry Goodman, Julian Rhind-Tutt, Loreley King
Sinopse: O filme mostra os encontros e desencontros do relacionamento de uma famosa estrela do cinema americano com uma pessoa comum, um vendedor de livros na Grã-Bretanha.




Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Idêntico


Quando acordo de manhã, não é raro para mim, como para várias outras pessoas, passar alguns milésimos de segundo tateando em busca do meu eu. O despertador toca, e experimento um período de um minuto de desorientação no qual luto, normalmente com sucesso, para remontar os contornos de personalidade que foram dissolvidos pelo sono em suas relações familiares.

Talvez lutar não seja a palavra certa, pois há, com a notável excessão de uma versão radical dessa reconstrução diária (quando estou, por exemplo, viajando e já no terceiro quarto de hotel desconhecido da semana), pouco esforço consciente em torno do processo. É mais como a volta de uma mola à forma original, como se eu fosse um brinquedo de apertar com uma espécie de desejo involuntário de voltar à integridade de seus contornos originais.

Como consigo sair das profundezas do esquecimento e me encontrar renovado a cada manhã? Eu me lembro, antes de mais nada. De repente, tudo retorna: o estoque de experiências arquivadas, percepções recordadas e juízos habituais que formam a maior parte do monólogo interior que conheço como meu eu.

Suponha, por um instante, que esse processo comum de encontrar nossos eus de memória fossem, por alguma razão, interrompidos. E se, uma manhã, eu descobrisse que o mundo de minhas memórias não tornasse a se encaixar da maneira normal? Haveria algum sentido no qual eu continuaria a ser eu mesmo?

Ou suponha que, em vez de nosso repertório de memórias, a alteração matinal fosse, como aconteceu com o Gregor Samsa, de Kafka, corporal? Não sei bem o que pode acontecer depois, pois agora estou sozinho de uma forma que mal pode ser imaginada; Aonde posso ir? O que posso dizer? Quem posso chamar?

Portanto, a identidade pessoal se baseia (no mínimo) em dois critérios: a continuidade da memória e a integridade do corpo. Apesar de os filósofos terem, ao longo do tempo, tentado argumentar que um é mais importante que o outro, ou suficiente em si mesmo, parece que precisamos das duas linhas de continuidade para conseguir cumprir a tarefa simples de reconhecer nossos amigos, cumprimentar nossos conhecidos ou nos ver no espelho. A identidade pessoal fundamenta nossa existência individual e também estabelece as fundações da vida social e cultural.

Mark Kingwell, Aprendendo Felicidade, adaptado por Alexandre Magno . blog palavra aguda

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje

segunda-feira, 20 de abril de 2009

Humor



A Crise chegou ao mercado de informática




Primeiro foi o mercado mobiliário, depois veio os bancos, montadoras, mineradoras,
e agora atingiu o setor de informática.
Dizem que os próximos da lista serão os puteiros, camelôs e os blogues.
Vixi, será que vou perder a mamata dos US$ 3,00 por mês do Adsense?
Agora que quebro de verdade!

Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

Acaso


Destino é uma coisa que nós inventamos porque não suportamos o fato de que tudo acontece por acidente.

Meg Ryan, no filme Sintonia de Amor


Paulo Braccini
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domingo, 19 de abril de 2009

Sou o Zangado sim . e daí?

Tem dias que eu acordo num bom humor.Mas é tamanho bom humor que chego a ficar preocupado.Sorte que logo passa... hehehe!!!Nunca fiz a linha “Bom dia sol!” ou “Que bela manhã outonal!”. Nada disso. Mas também não entendam errado. Existe uma linha muito tênue entre bom humor e ser bem humorado. Sou esse último. Bem humorado. Mas é um senso de humor ácido, sarcástico, contundente, quase cruel às vezes. Não sou o anão Feliz: rindo à toa, todo bonachão e com as faces rosadas. Prefiro o Zangado. Rabugento, reclamão, voluntarioso e nas minhas bochechas vocês apenas encontram rugas de um pseudo mau humor. Mas é justamente nessa zanga, nessa birra e nessa disfarçada má vontade que está a minha graça. Coisas de personalidade, eu diria.Não foram poucas as pessoas que – depois de conviverem comigo mais intimamente – se disseram surpreendidas com minha porção terna, carinhosa e até delicada (sem a afetação do conceito, please). Acreditem vocês ou não, eu tenho uma fama terrível, quase de ogro. As pessoas das minhas relações se dividem mais ou menos assim:O primeiro grupo são aqueles os que me acham apenas antipático e inacessível. Acreditam na minha arrogância e frieza. Me enquadram como um chato. O segundo grupo se constitui dos que trabalharam comigo ou conviveram de alguma forma no meu universo profissional. Estes têm medo, quase pavor, da minha retidão e minha excessiva cobrança pela perfeição nos trabalhos realizados. Reza a lenda de que quando o Paulo arqueia as sobrancelhas ou enruga a testa é melhor correr.O terceiro grupo é uma galera que não perde a chance de apontar o dedo para mim e gritar “moleque”. Me resumem a um eterno imaturo. Um Peter Pan tupiniquim. Olham desconfiados para minhas roupas, meus brincos e colares. E acham condenável que eu ainda curta “parque de diversões”.Para todos estes estou cagando e andando. Perdão pela sinceridade, guys! É o quarto grupo que me interessa. Um grupo formado pelos que são realmente especiais. Os eleitos. É o menor dos grupos, admito. Mas é também onde me permito ser apenas eu. Sem capas, máscaras e escudos. São as pessoas com as quais não me sinto cobrado a ser herói e nem remorso de ser vilão. São os que já me viram nos piores e melhores dias, já me viram triste e que já conhecem todas as minhas cicatrizes.Estou falando disso porque muitas vezes a gente fica se martirizando com os eventuais [maus] conceitos que as pessoas fazem a nosso respeito. E isso, em suma, não faz a menor importância. Você não vai agradar a todos. Nem Jesus e nem Dolce & Gabbana conseguiram. Portanto, desencana. Basta seguir vivendo.


texto adaptado de Alpha . veja texto original em: http://gayalpha.blogspot.com/


Paulo Braccini
enfim, é o que tem pra hoje...

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