quinta-feira, 8 de maio de 2008

O Corpo do Outro


Vejo o teu corpo: ele me toma.
E antes que no tato eu te consuma,
o toque dá-se antes do contato.

Em vão as minhas mãos na tua pele
: é de sabor a sensação que me perpassas.

Dorme o teu corpo e nele roço a minha mão.
Cada parte me interessa,
amo tudo que há em ti,
o teu corpo é-me sem pressa
e sem vontade de partir.

Amo as tuas coxas como amo os teus artelhos.
Olho a tua boca,
miro o teu joelho,
fixo a panturrilha, me concentro na virilha,
e falo à tua nuca sussurrando no teu peito.

Teu cóccix, tuas ancas, teu umbigo que ora beijo
: teu corpo é a escultura burilada em meu desejo.

E o ponto que te diz dele sou feito:
pingente que bem sei: é no meu peito.

Paulo Braccini

enfim, é o que tem pra hoje...

Um comentário:

  1. Como alguém pode não comentar palavras tão bonitas? O corpo do amor da gente é um templo a ser reverenciado....
    Lindo!
    beijos

    ResponderExcluir

então! obrigado pela visita e apareça mais, sempre teremos emoções para partilhar.

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